ATER Mulher finaliza ações com balanço positivo
Na última sexta-feira, 30, o Centro Feminista 8 de Março finalizou as atividades do contrato de Assistência Técnica e Extensão Rural para Mulheres (ATER Mulher) 2010/2011 nos Territórios da Cidadania Sertão do Apodi e Açu-Mossoró com a realização dos seminários finais de avaliação de resultados e perspectivas.
A Assistência Técnica voltada especificamente para mulheres iniciou em março de 2011, em 26 municípios dos Territórios Sertão do Apodi e Açu-Mossoró, e atendeu o total de 320 mulheres das comunidades rurais desses municípios.
A ação deu início com a realização de um diagnóstico da produção das mulheres nas unidades de produção familiar, com ênfase na produção agroecológica. O diagnóstico tinha como objetivo levantar informações sobre as atividades produtivas e o beneficiamento da produção, conhecer os trabalhos exercidos pelas mulheres na geração de renda da família e ainda diagnosticar os limites e potencialidades de cada unidade de produção familiar.
“Essa primeira atividade nos deu uma ideia geral do público que iríamos trabalhar, suas dificuldades, suas potencialidades e as particularidades com as quais teríamos que lidar com cada trabalhadora”, relembra Rejane Medeiros, técnica do Centro Feminista.
Depois do diagnóstico realizou-se os encontros de socialização e planejamento das atividades em cada município e em seguida as visitas técnicas, oficinas e seminários, em uma ação que integrou formação e atividades práticas no coletivo e em cada quintal produtivo.
A realização dos seminários finais, com o intuito de avaliar de forma participativa a execução e os resultados da assistência técnica durante o ano, foi importante para as mulheres relembrarem todas as etapas do projeto.
Entre os resultados apontados pelas mulheres, podemos destacar: valorização do quintal como um espaço de produção e geração de renda; diversificação da produção nos quintais; acesso aos programas governamentais como PAA e Pronaf Mulher e a organização e fortalecimento dos grupos de mulheres das comunidades. É o que confirmaram as mulheres de Melancias, Apodi, e respaladada pela maioria das outras mulheres. “Antes a gente não via o quintal como um espaço produtivo e que gera renda e hoje a gente já vê, pois se plantamos um coentro ou pimentão e não precisamos comprar ao verdureiro já é uma economia” relata o grupo no seminário final.
“A gente lembra da primeira vez que pediram pra nós fazer um desenho do nosso quintal, os desenhos era tudo seco, sem nada, praticamente só a casa e uns pezinhos de planta, os maiores e hoje muitas de nós já vê diferente e ainda aumentamos a plantação, pois hoje também tem hortas”, grupo de São Geraldo e Mariana, Caraúbas.
“Uma coisa também importante foi o jeito como foi trabalhado esse projeto, a gente se sente parte dele, pois vocês não trouxeram tudo pronto, muitas coisas a gente fez juntas e isso foi muito bom”, falou uma das pescadoras de Pendências.
“Tinha agumas de nós que estava bem desanimada com a organização, mas depois das oficinas, das visitas e desses encontros nós começamos a nos animar novamente, mas a ATER não pode acabar ela tem que continuar”, relata o grupo de Caiana, Campo Grande.
As pescadoras também colocam a necessidade de visibilidade de seu trabalho e de sua profissão, assim como as trabalhadoras rurais que lutaram longos anos para serem reconhecidas como agricultoras. “Nós pescadoras precisamos ter visibilidade como as agricultoras já têm, seja nas ações e mesmo nas fotos e cartilhas do governo”
No final do seminário foi proposto um trabalho para pensar perspectivas para a ATER e umas das coisas que as mulheres apontaram é integração das políticas públicas à assistência técnica. “A ATER foi uma semente em nossa vida, na organização e na nossa produção, mas precisa ter outras politicas do governo como o crédito e infraestrutura para nossa produção, pois do que adianta a gente ter as orientações do que e como plantar ou criar se a gente não tiver como fazer nehuma dessas coisas”, conclui o grupo de Pedências.
Mais informações:
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Gostaria de saber sobre o estado da arte da ater mulher. Grata! Adriana