CF8 conduz plenária no X EnconASA para debater o papel das mulheres nos Quintais Produtivos

O Centro Feminista 8 de Março esteve presente no X Encontro Nacional da Articulação Semiárido Brasileiro, celebrando os 25 anos da ASA e contribuindo com plenárias autogestionadas e oficinas.

Realizado nas cidades de Piranhas (AL) e Canindé de São Francisco (SE), estivemos presentes na plenária Quintais Produtivos, com a participação de Ivi Aliana, coordenadora estadual da ASA Potiguar e técnica do CF8, na mediação, e Gaby Sousa, técnica do CF8, na relatoria da atividade. A oficina discutiu como os quintais podem ser uma forma de resistência, implementação de políticas públicas e auto-organização das mulheres rurais. O debate reforçou o compromisso do CF8 com a organização comunitária e regional das mulheres, destacando o papel essencial dos quintais produtivos na autonomia e segurança alimentar das mulheres do campo.

A oficina proporcionou um resgate sobre o conceito de “quintal produtivo”, explorando a diversidade de elementos presentes nesse espaço, como plantas medicinais, fruteiras, pocilga, galinheiro e hortaliças. Também foram abordadas tecnologias sociais, como as cisternas de primeira e segunda água, biodigestores, fogões agroecológicos e reuso de águas. A agricultora Fafá, do Ceará, compartilhou sua experiência ao afirmar:💬 “Meu quintal começou pela necessidade de trabalhar… Eu me sinto bem no meu quintal, tenho uma diversidade de plantas, não tomo remédio de farmácia, uso as plantas e me curo lá.”

Geane, agricultora de Patos/PB, também destacou o valor do quintal: “Os quintais são psicólogos, mostram que podemos lutar e nos curar no meio das nossas plantas. Para nós, mulheres do campo, o quintal é tudo. O resto da casa vem depois.” Ivi Aliana completou, enfatizando a importância desses espaços para a autonomia das mulheres: “Os quintais não são espaços isolados. Eles se conectam com a comunidade, com os movimentos, com a organização social e com a auto-organização das mulheres.”

Durante a oficina, as participantes também discutiram a necessidade de maquinários para melhorar as condições de produção e reduzir o tempo de trabalho rural. A busca por mais ferramentas tecnológicas para fortalecer a produção e a autonomia das mulheres do campo ficou evidente. “As máquinas vão nos ajudar na agricultura. O tempo que gastamos com a enxada poderia ser usado em outras atividades, incentivando as jovens a permanecer no campo”, afirmaram as participantes.

O encontro encerrou com o ato político em Canindé de São Francisco (22), pedindo por justiça socioambiental e democracia participativa!

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