Mulheres no front, atentas e fortes

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*Texto de Isadora Mendes

Construir um movimento é, sobretudo, acreditar no coletivo. É botar fé que a força está nas relações que são estabelecidas ali, naquele espaço de coletividade, e também acreditar que ao estarmos lado a lado estamos mais fortalecidas para defender aquilo que acreditamos, para denunciar qualquer retrocesso e para propormos nossas alternativas para a vida em sociedade.
 
Um movimento de mulheres e feminista vai muito além disso. A Marcha Mundial das Mulheres vai muito além disso. Carregamos conosco a solidariedade para irmos no passo da mulher que caminha mais lentamente, entendendo que precisamos chegar juntas. Colocamos em cada palavra de ordem nosso grito de indignação com o sistema patriarcal neoliberal dominante. Trazemos em cada som de batuque a vontade de que aquela mensagem chegue para mais e mais mulheres. E um muito disso conseguimos perceber nas últimas manifestações de rua contra o golpe.
 
É de arrepiar ver que as mulheres, ao verem as bandeiras roxas no meio de grandes atos de rua, se aproximam da gente, batucam conosco, se sentem acolhidas por aquele espaço e passam a gritar com a gente defendendo a nossa democracia. É de se fazer encher de esperança ver que conseguimos, ao longo dos atos, marchar com uma pluralidade cada vez maior de mulheres que se sentem representadas por aquelas palavras de ordem.
 
Nossas resistências de mulheres feministas da economia solidária, do movimento estudantil secundarista e universitário, dos bairros populares, da arte, do partido político, de mães, de trabalhadoras estão firmes construindo intervenções de rua com a cara do mundo novo que queremos e dizendo que as mulheres do estado de Anatália Melo, Nísia Floresta e de Romana Barros organizam e são protagonistas das lutas populares.
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Daqui de Natal, do Rio Grande do Norte, as mulheres têm um recado a dar: estamos no front, atentas e fortes. Contra qualquer onda de conservadorismo, contra retrocessos nos direitos das mulheres, contra o golpe vestido de toga à nossa democracia, contra bancada machista e misógina e caminhando sempre com a classe trabalhadora: abram alas, porque as mulheres estão na luta e vão continuar a passar.

*Isadora Mendes é militante da Marcha Mundial das Mulheres RN

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