Desde 1994, em parceria com o Centro Feminista 8 de Março, o grupo Mulheres em Ação atua no bairro Nova Vida, Mossoró/RN, com auto-organização de mulheres. A partir de então, assume o Programa de Desenvolvimento de Área – PDA Margarida Alves, passa a realizar diversas atividades de arte-educação com crianças e adolescentes do bairro. E em 2008, entendendo a necessidade de a comunidade se articular economicamente e de mostrar o trabalho do PDA, o Mulheres em Ação reuniu forças com artesãos e as mulheres da Cooperativa de Mulheres Prestadoras de Serviço – Coopermups em torno de uma ideia: nasce a feira de economia solidária do Nova Vida.
Francisca Damasceno, do Grupo Mulheres em Ação, uma das idealizadoras da Feira, conta que “o começo foi um grande desafio porque precisaríamos de um local acessível e não tínhamos equipamentos suficientes. Mudamos o local algumas vezes por motivos de segurança e também porque depois de muita luta, junto à comunidade, foi conquistada a praça Rivelino Pereira, e decidimos ocupa-la. Com o tempo fomos conseguindo as barracas com parcerias e assim fomos nos organizando”.
Atualmente o grupo se reúne toda primeira quarta-feira do mês para articular as e os feirantes. E a cada primeira sexta-feira do mês, na praça Rivelino Pereira, comercializa a produção agroecológica, vendendo a produção de artes e comidas de moradoras e moradores do bairro, fazendo economia solidária e proporcionando momentos de lazer dentro da comunidade. “A ocupação da praça pela feira é importante e simbólica também. O grupo Mulheres em Ação lutou muito para que a comunidade tivesse um espaço de socialização e lazer. Estarmos na praça significa que que o povo tem o direito de ter um lugar para vivência da cidade. Ocupar a praça Rivelino é uma resistência”, diz Glisiany Pluvia, integrante do grupo e uma das organizadoras da feira.
O grupo Mulheres em Ação está sempre realizando e participando ativamente de mobilizações populares por direitos da classe trabalhadora, das crianças e adolescentes, das mulheres, da juventude negra e periférica. E a feira do Nova Vida é uma forma também de mobilizar a população. Cerca de aproximadamente 60 pessoas chegam a circular pela feira: “sempre realizamos atividades culturais e debates sobre o que está acontecendo no país e combatendo as opressões de classe, raça e gênero”, conta Pluvia.
Sobre a importância da feira para o bairro, Francisca afirma: “As pessoas sempre nos perguntam pela feira. Ou seja, é importante pra comunidade ter um espaço de comercialização, lazer com cultura, economia solidária e agroecologia. A feira faz com que as pessoas da comunidade convivam e se movimentem”.
De acordo com Plúvia, “as expectativas é de que a feira cresça ainda mais. Estamos sempre buscando parcerias procurando fortalecer a produção local, a parceria com os movimentos sociais, ocupando a praça pública e dizendo que as mulheres fazem a economia feminista e solidária para construir uma Nova Vida para todas e todos”.
Nesta sexta, 02 de junho, a feira acontecerá com sua programação recheada de boa comida, arte e convivência comunitária. Participe!