Através do Projeto Cisternas nas Escolas, em parceria com a Articulação Semiárido Brasileiro, ASA, o Centro Feminista realiza cursos de educação contextualizada para a convivência com o semiárido. Até o momento, o primeiro módulo do curso já ocorreu nas comunidades dos municípios de Pedro Avelino, Santana dos Matos e Afonso Bezerra. “E o maior número de participação como agente multiplicador, cerca de 90%, é de mulheres, professoras”, constata Marialda Moura, facilitadora do curso.
A construção coletiva do conhecimento em relação à convivência com o semiárido passa pela contextualização das características da região, a reflexão sobre o bom e mal uso da água, os riscos de contaminação, a orientação para a preservação da cisterna como um bem da comunidade e da escola.
“Entendemos que todas estas questões de convivência estão diretamente ligadas à forma como as pessoas se relacionam com o meio e entre si. Por isso, o curso aborda também sobre a desigualdade de gênero, a divisão sexual do trabalho e luta das mulheres, o manejo da caatinga, das sementes, reuso de água e diversas práticas”, explica Gabrielle Sousa, do Centro Feminista 8 de Março.
Ao final do primeiro módulo, cada representante de escola deve elaborar um plano de aula a fim de que o conteúdo discutido no curso seja levado para sala de aula e possa ser avaliado em um segundo módulo. Pela presença massiva, as mulheres findam como as potenciais multiplicadoras, semeadoras de uma educação para boa convivência.