Com o tema “Mulheres nas ruas: em defesa da democracia, da aposentadoria e contra as violências”, mais de 10 mil mulheres de todo o estado se reunirão em Natal para realizar o maior ato de 8 de março que se tem registro. A mobilização que acontecerá nesta quinta-feira, a partir das 15h, terá concentração no INSS da rua Apodi e de lá, as mulheres seguirão em caminhada com faixas, palavras de ordem e intervenções rumo ao Porto da Ribeira.
Longe de ser um dia de comemorações, o 8 de março é um dia de luta e é a primeira grande agenda dos movimentos sociais. Em todo o Brasil, são as mulheres que, através da unidade entre os movimentos feministas, sindicais e frentes de lutas, darão, mais uma vez, o pontapé de respostas à conjuntura de retrocessos implementados pelo governo Temer como a reforma da previdência, a reforma trabalhista e o congelamento de investimentos nas áreas sociais, como saúde e educação, por exemplo.
Cerca de 86 movimentos e entidades participam da organização do ato estadual que ocorrerá no dia 8. Para Conceição Dantas, da Marcha Mundial das Mulheres, um dos movimentos que estará presente no ato em Natal, “este 8 de março unificado significa que as mulheres do RN estão construindo forças para barrar o golpe e dizer que não vamos aceitar que acabem com nossa aposentadoria, que não queremos viver num país sem democracia e que nós queremos um mundo e um país igual aonde homens e mulheres sejam livres da violência, do preconceito e do conservadorismo”.
Desde o 8 de março passado que as mulheres priorizam a luta contra as reformas. Isto porque “as reformas trabalhista e da previdência atacam diretamente os direitos das mulheres, sem levar em conta a dupla ou tripla jornada de trabalho, nem a histórica luta das mulheres por trabalho digno, pelo contrário, aumentam a exploração sobre as nossas vidas. As medidas de Temer e demais golpistas, reforçam a divisão sexual do trabalho e ampliam as desigualdades de gênero. Nesse sentido, é central lutarmos conta o golpe e seus retrocessos”, é o que diz Eliane Bandeira, presidenta da CUT estadual.
O ato que acontecerá em Natal terá unidade entre mulheres do campo e da cidade. Jailma Lopes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, MST, explica que: “o golpe em si, por tratar de uma ruptura democrática, é uma violência e aprofunda várias outras com suas medidas anti populares que atingem diretamente a vida das mulheres, especialmente as mulheres do campo. Por isso, recuperando o legado de Rosa Luxemburgo com “Quem não se movimenta, não sentem as correntes que as prendem”, em unidade com as companheiras da cidade, vamos convocar o povo brasileiro à resistência”.
Além das pautas conjunturais, o enfrentamento à violência contra a mulher também é central para este 8 de março. Rielda Alves, do MAIS e Povo Sem Medo, afirma que é “a luta organizada das mulheres que nos fortalece para fazer o enfrentamento contra todas as violências, seja a institucional, quando os governos aplicam medidas que tornam a vida das mulheres ainda mais difícil, seja a violência de gênero. O Brasil está entre os países que mais matam mulheres, com uma morte a cada uma hora e meia, as principais vítimas são mulheres negras, jovens e pobres. Precisamos de uma nova primavera feminista contra a violência à mulher!”.
Em Mossoró, a programação se inicia nesta quarta, 7, às 14h na faculdade de enfermagem da UERN: