Marcha Mundial das Mulheres se prepara para evento no Rio
A Marcha Mundial das Mulheres da região Oeste do Rio Grande do Norte realizou, na manhã de hoje, uma plenária com a participação de 32 mulheres de 11 municípios da região. Na pauta da reunião estava a discussão sobre a Cúpula dos Povos que acontece entre os dia 15 e 23 de junho, paralelo a realização da Rio +20.
A reunião começo às 9h com a leitura e discussão do texto “AS MULHERES DIZEM NÃO AO CAPITALISMO VERDE” produzido pela Sempre Viva Organização Feminista. O texto mostra que essa não uma crise ambiental, mas sim uma crise sistêmica, uma crise do capitalismo e que utiliza a natureza como forma de se reerguer e manter-se hegemônico, pois a natureza é um campo de expansão do capitalismo. Há uma lógica perversa do capitalismo, que trata a natureza como uma mercadoria e que por isso cresce o mercado de carbono no mundo. O texto também discute as alternativas frente a esse modelo, como a agroecologia, o fortalecimento da agricultura familiar e a economia solidária, sistemas realmente sustentáveis, pois considera o ser humano como parte da natureza e natureza como um bem comum e que deve estar a serviço de todos e todas.
Os grupos destacaram que a região Oeste já vem sendo atacada por essa lógica perversa e cruel desde os anos 90, quando o agronegócio se instala na região, a partir de Baraúna e o Vale do Açu. “Ele vem devastando nossas matas, explorando e envenenado nossa terra e contaminando nossas águas, pois o capitalismo procura lugares com isenção de impostos, água em abundância e terra fértil e isso nós temos muito aqui no nosso estado”, declara Hilberlândia Ferreira, militante da MMM e da Comissão Pastoral da Terra.
Socorro, da Comissão de Mulheres do STTR de Upanema revela uma realidade presente na região, “nós passamos muito tempo lutando, vencemos um desafio de conseguir nosso canto, nossa terra para plantar e agora nossa luta é para permanecer na terra”, fala Socorro, se referindo ao projetos do DNOCS de desapropriação de terras da agricultura familiar na Chapada do Apodi.
Após o debate foi o momento do grupo definir metas de participação, plano de finanças e momentos para discussão da temática nos vários municípios da região. O grupo definiu a meta de 150 mulheres que se mobilizarão para conseguir recursos para pagamento dos três ônibus necessários para levar a delegação potiguar para o Rio de Janeiro.
Ao terminar a reunião as mulheres colocaram que esse foi um momento importante para recarregar as forças e continuar lutando, pois esse sistema é muito cruel e por isso precisamos estar sempre juntas, para juntas se fortalecerem e lutarem contra esse grande dragão que traz miséria e tristeza tanto para as cidades como para as comunidades do campo.
Para obter mais informações sobre a cúpula dos povos visitar o site cupuladospovos.org.br.