Hoje, 23/08, as 150 mulheres potiguares pegam a estrada rumo a São Paulo com um objetivo em comum: construir um mundo melhor para as mulheres. “Em todas as ações da Marcha Mundial das Mulheres, o Rio Grande do Norte tem sido muito presente, atuando como protagonista na construção do feminismo principalmente no Nordeste”, destaca a militante Cláudia Lopes.
“Nós estamos escrevendo mais um capítulo na história da luta das mulheres por uma vida melhor. Gosto muito de fazer parte de tudo isso”, descreve emocionada a militante Ilma Maria, de Caraúbas.
Antes de viajarem, as mulheres participantes passaram por momentos de preparação com estudos de artigos sobre igualdade e autonomia das mulheres, temas que serão discutidos durante o Encontro.
Participam do evento mulheres de 16 municípios potiguares: Upanema, Carnaubais, Assú, Pendências, Mossoró, São Rafael, Apodi, Baraúna, Tibau, Caraúbas, Governador Dix-Sept Rosado, Umarizal, Natal, Extremoz, São Miguel do Gostoso, Serra do Mel e Parnamirim.
Dentro da programação do Encontro a delegação do RN vai promover uma Mostra de Economia Solidária com produtos de 10 grupos de mulheres da região. Serão expostas castanhas, mel, diversos tipos de artesanato e alimentos não-perecíveis como arroz vermelho.
“Vai ser um momento político muito rico para nós que fazemos a Marcha Mundial das Mulheres. Queremos mostrar ao mundo a força do feminismo e que juntas podemos conseguir um mundo melhor para todos e todas”, salienta a militante Lidiane Samara.
9º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres
Entre os dias 25 e 31 de agosto de 2013, o Brasil sedia pela primeira vez um Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres. O Encontro vai reunir ativistas feministas dos cinco continentes do mundo e de 18 estados do Brasil. São esperadas 1600 mulheres para participar durante todos os dias do Encontro, que acontece no Memorial da América Latina, em São Paulo. Após uma intensa semana de debates, oficinas e atividades culturais, as mulheres realizam uma grande mobilização nas ruas da capital paulista, no dia 31 de agosto.
Com o tema “Feminismo em marcha para mudar o mundo”, o evento pretende expressar a contribuição da Marcha Mundial das Mulheres para o feminismo brasileiro através tanto da teoria quanto da prática. A programação conta com uma série de debates, oficinas e palestras que têm como objetivo discutir quais os desafios e as propostas das mulheres frente às atuais ofensivas conservadoras.
Veja como está a expectativa internacional para o Encontro:
Programação
A Marcha Mundial das Mulheres, em conjunto com diversas organizações aliadas, faz parte de um movimento mundial de resistência ao sistema capitalista, colonialista e patriarcal, e de construção de propostas alternativas fundamentadas na autonomia e na autodeterminação das mulheres e dos povos. Combate ao machismo, ao racismo e à lesbofobia, autonomia sobre o corpo e auto-organização das mulheres serão temas debatidos no Encontro. Outros eixos centrais da Marcha também vão estar presentes, tais como aliança com movimentos sociais anti-capitalistas e solidariedade internacional.
Na programação, estão previstas atividades de intercâmbio e formação política e cultural, como os debates: “Histórico do movimento feminista na América Latina”, com a participação de Sandra Morán (Guatemala), Nalu Faria (Brasil), Sonia Alvarez (EUA); “Acumulação por despossessão – ofensiva do capital sobre trabalho, corpo e territórios”, com Helena Hirata (França), Ariel Salleh (Austrália), Malalai Joya (Afeganistão); e “A construção de alternativas feministas”, com Basma Khalfaoui (Tunisia) e Gina Gonzalez (Cuba). Além dos debates teóricos, serão utilizadas outras linguagens, como a realização de uma exposição sobre o histórico da Marcha e do feminismo pelo mundo.
Durante todo o Encontro, serão realizadas ainda uma Mostra de Economia Solidária e Feminista, que pretende não apenas dar visibilidade às mulheres como atrizes da economia, mas também contribuir com a criação de alternativas concretas frente ao atual modelo econômico. A programação conta ainda com shows, oficinas e atividades culturais, como uma exposição fotográfica que pretende resgatar a história da Marcha Mundial das Mulheres. A exposição será realizada na Galeria Olido, no Centro, com entrada aberta ao público. No dia 31, está prevista uma Assembleia para compartilhar análises e decisões. O evento se encerra com uma grande mobilização, que espera reunir 10 mil mulheres nas ruas de São Paulo.