Mulheres defendem famílias de Apodi ameaçadas de despejo durante Encontro em São Paulo

conferência de abertura

tenda da solidariedade

 

Elas são negras, brancas, loiras, morenas, ruivas, de todas as raças, crenças, de diferentes costumes e idiomas. Elas são mulheres livres, feministas que lutam diariamente por um mundo mais justo, igualitário, humano. Juntas, elas gritam para quem quer ou não ouvir: “Abaixo o racismo, a homofobia, o capitalismo, o patriarcalismo. Através do feminismo é possível mudar e construir um mundo melhor”.

Desde o dia 25 de agosto, cerca de 1.600 mulheres de 40 países participam do 9º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, em São Paulo. Entre os diversos assuntos temáticos do evento, está a causa em favor das famílias na Chapada do Apodi que estão ameaçadas de expulsão das suas terras pelo projeto do Perímetro Irrigado da Chapada do Apodi, do DNOCS.

Com o lema “Somos Todas Apodi”, a delegação do RN enfatiza a defesa das mulheres e suas famílias atingidas pelo projeto que consiste em desocupar as áreas produtivas dos/das trabalhadores/as rurais que cultivam a base da agricultura familiar para entregar essas terras a cinco empresas do agronegócio.

O Encontro segue até o próximo sábado, 31, quando as mulheres realizam uma manifestação saindo do Memorial da América Latina com destino a praça da República, onde ocorre o encerramento com  shows da cantora pernambucana Karina Buhr, do grupo de forró brasiliense Chinelo de Couro e das rappers cubanas Krudas Cubensi.

 

DO RN PARA O MUNDO:

A coordenadora do Centro Feminista 8 de Março (CF8) e membro da coordenação nacional da Marcha Mundial das Mulheres, Conceição Dantas, participou da Conferência de abertura do Encontro juntamente com Sonia Alvarez, diretora do Centro de Estudos sobre América Latina e Caribe da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos; Sandra Morán, integrante do Comitê Internacional da MMM representando as Américas e Nalu Faria, da SOF e integrante da coordenação nacional do movimento.

Nesta quinta-feira, 29, a militante mossoroense Camila Paula participa da mesa redonda “Cultura sobre Hegemonia”. “É um momento para discutir como nós, mulheres, podemos ser protagonistas no fazer arte e cultura e através disso fortalecermos uma cultura feminista antirracista, anti-homofóbica, anticapitalista e antipatriarcal”, salienta.

 

FEMINISMO EM MARCHA:

Entre as diversas atividades do Encontro, é possível conhecer toda a história e trajetória política da Marcha Mundial das Mulheres nos seus 13 anos de existência através de uma exposição, a Feminismo em Marcha, que apresenta fotos, vídeos, panfletos, a Colcha das Mulheres para a Humanidade. O material pode ser visto até esta sexta-feira, 30, na galeria Olido, Centro/SP.

 

PRODUTOS LOCAIS GANHAM ESPAÇO EM FEIRA:

Artigos artesanais e alimentícios, além de vestimentas em geral produzidos por 10 grupos de mulheres do RN podem ser encontrados na Mostra de Economia Solidária e Feminista, uma experiência empreendedora das mulheres que buscam autonomia econômica. Os produtos potiguares somam-se a outros vindos de todos os cantos do País. A Mostra está sendo realizada no Memorial da América Latina.

 

(RE)CONSTRUINDO O FEMINISMO:

Um espaço bastante ocupado pelas mulheres durante o Encontro é a Tenda da Solidariedade, onde elas têm a oportunidade de afirmar, construir e reconstruir o feminismo solidário e internacional baseado no sentimento de justiça, liberdade e paz. Lá, mulheres de todos os países, principalmente aqueles que têm contexto de resistência, conflitos e luta para sua autodeterminação como Cuba, Palestina, Tunísia, Marrocos dialogam com as outras participantes trocando vivências e experiências.

 

 

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