“Foi um momento para dimensionarmos todo o movimento feminista espalhado pelo mundo através da Marcha Mundial das Mulheres”. É assim que a militante Adriana Vieira define o que foi o 9º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, realizado entre 25 de 31 de agosto, em São Paulo.
“O encontro foi muito importante para unificar as nossas resistências e as alternativas para superar o patriarcado capitalista que nos oprime”, destaca a militante Camila Paula, que integrou a equipe de comunicação do Encontro e viu nessa experiência uma oportunidade de fazer a comunicação alternativa e colaborativa juntamente com militantes de vários movimentos que apóiam a MMM. “Outra comunicação democrática e plural, sem machismo, é possível. Voltamos com a esperança renovada, a solidariedade feminista fortalecida e a certeza de que não deixaremos de marchar até que todas sejamos livres. E seremos!”, disse.
O encontro contou com a participação de 150 mulheres potiguares. Em São Paulo, elas tiveram contato com mulheres de outros 40 países onde a MMM atua. Durante o evento, as mulheres tiveram contato com temáticas relativas às mulheres de outros lugares, como a soberania e a prostituição. “Nós buscamos abordar temáticas que envolviam as realidades de todas as mulheres que participaram do Encontro”, afirma Adriana Vieira.
Entre os diversos assuntos temáticos do evento, o Rio Grande do Norte levou a causa das famílias na Chapada do Apodi que estão ameaçadas de expulsão das suas terras pelo projeto do Perímetro Irrigado da Chapada do Apodi, do DNOCS.
Com o lema “Somos Todas Apodi”, a delegação do RN enfatizou a defesa das mulheres e suas famílias atingidas pelo projeto que consiste em desocupar as áreas produtivas dos/das trabalhadores/as rurais que cultivam a base da agricultura familiar para entregar essas terras a cinco empresas do agronegócio.
O Encontro terminou no último sábado com uma grande mobilização. Cerca de duas mil mulheres caminharam pela Avenida Paulista, sob o tema “Feminismo em Marcha para Mudar o Mundo”.