*Por Wilma dos Reis
A Marcha das Margaridas surgiu em 2000 e teve como objetivo denunciar o projeto neoliberal em curso no Brasil, assim como, apresentar uma pauta de reivindicações para negociação com o governo da época, de Fernando Henrique. Nas edições seguintes, 2003, 2007 e 2011 parte dessas reivindicações continuam na pauta.
Atualmente, após a realização destas quatro Marchas, as trabalhadoras do campo, da floresta e das águas, contabilizam várias conquistas, embora haja muito por construir em termos de políticas estruturantes e políticas públicas para as mulheres.
Com o lema “As Margaridas seguem Marcha por Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”, estas mulheres seguem na construção da 5ª Marcha das Margaridas, que acontecerá nos dias 11 e 12 agosto de 2015, em Brasília/DF. O Ato de Lançamento ocorreu em 11 de novembro de 2014, em Luziânia/GO, desde então as Margaridas vêm se organizando e realizando formações.
Entre os dias 26 e 30 de janeiro, aconteceu em Brasília/DF, a Oficina d formação para a construção da plataforma política da 5ª Marcha das Margaridas. Foram realizados debates de aprofundamento dos temas, o que culminou no encaminhamento das propostas que irão compor os sete eixos da plataforma, que são: I – Biodiversidade e Democratização dos Recursos Ambientais; II – Terra, Água e Agroecologia; III – Soberania e Segurança Alimentar; IV – Autonomia Econômica, Trabalho e Renda; V – Educação não Sexista, Sexualidade e Violência; VI – Saúde e Direitos Reprodutivos; e VII – Democracia, Participação e Poder.
Nesta edição, as trabalhadoras têm como tarefas o monitoramento das conquistas, a identificação dos próximos desafios que enfrentarão e o fortalecimento na incidência da concretização destas conquistas nas vidas das mulheres em todos os níveis, desde o local ao nacional.
Participaram desta construção representantes das trabalhadoras rurais de vários estados brasileiros, além das entidades parceiras, como a Marcha Mundial das Mulheres – MMM, Central Única dos Trabalhadores – CUT, Articulação de Mulheres Brasileiras, União Brasileira de Mulheres – UBM, Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do No Nordeste – MMTR-NE, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil-CTB, dentre outras.
Os próximos desafios são a sistematização e finalização da plataforma política, a construção da pauta, que é feita a partir dos estados e a mobilização das mulheres, já que a expectativa é que 100 mil mulheres participem na Marcha de 2015. Segundo Alessandra Lunas, Secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG “É um momento importante de empoderamento das mulheres e de suas próprias demandas. É um momento de visibilidade importante e adquiriu reconhecimento ao incidir nas políticas, mobilizar as mulheres e fortalecer a autoestima”.
Seguiremos em Marcha até que todas sejamos livres!!!