Em visita aos quintais produtivos das mulheres do P.A Rosado, da praia do Rosado, que fazem parte do projeto Do Quintal ao Mar, executado pelo Centro Feminista e co-financiado pela União Europeia, entre os pés de pimenta, coqueiros, melancias e criação de galinhas, dona Ceição e dona Romana nos mostram o capim santo, hortelã, malva, none e corama, plantas medicinais que ajudam no enfrentamento de doenças no dia a dia.

Quando as mulheres fazem o cultivo da terra, elas buscam uma maior diversidade no plantio como hortaliças, flores, frutas e plantas medicinais pensando em tudo que pode contribuir para as tarefas que geralmente executam, aplicando saberes tradicionais sem o uso do agrotóxico. E este trabalho agroecológico das mulheres é essencial na construção de uma alternativa de produção de soberania alimentar e enfrentamento ao modelo do agronegócio que explora o trabalho de homens e mulheres, destrói os recursos naturais e contra a indústria farmacêutica.

Tanto Ceição quanto Romana acreditam no poder de cura das plantas. Conhecimentos que adquiriram de pais, mães, avós e que trocam entre si, fortalecendo a agroecologia e os saberes tradicionais. Sobre a imposição da indústria farmacêutica passando por cima dos saberes dos povos tradicionais, do campo e das águas, dona Ceição diz: “Os médicos dizem que não pode dar lambedor às crianças. E tem besta que acredita nessas coisas de médico de hoje em dia. Os médicos de antigamente não tinham isso e até ensinavam receitas caseiras”.

Para concluir, dona Romana deixa as dicas: “None é bom pra inflamação e até ajuda no tratamento de câncer, a malva e hortelã é bom pra gripe, a gente faz o lambedor. O chá de capim santo pra acalmar os nervos e a corama é tiro e queda pra acabar com tumores e inflamações, é só esquentar a folha da corama no fogo e colocar em cima o tumor que a folha chupa o tumor todinho”. Aprendeu?