Na sexta, 20, a Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher do Congresso Nacional realizou a Audiência Pública Estadual, proposta pela senadora Fátima Bezerra (PT), para debater as políticas públicas de combate à violência contra a mulher na Assembleia Legislativa do RN.
O Rio Grande do Note foi o segundo estado a receber esta audiência com o objetivo de mostrar os dados mas também os equipamentos de combate à esta violência.
Dos 4.762 homicídios de mulheres registrados em 2013, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo a maioria desses crimes (33,2%) cometidos por parceiros ou ex-parceiros. Isso significa que a cada sete feminicídios, quatro foram praticados por homens que tiveram ou tinham relações íntimas de afeto com a mulher. No RN, em 2003 foram registrados 32 homicídios de mulheres, enquanto que no ano de 2013 esse número chegou a 89 homicídios, um aumento de 178,1%.
A senadora Fátima Bezerra apresentou os dados do mapa da violência 2015 e a secretária de Políticas para as Mulheres do RN, Teresa Freire, os equipamentos de combate à violência existentes no estado. A promotora Érica Canuto falou que na promotoria chegam números e as mulheres vão perdendo a identidade quando estão sofrendo violência e só ganham visibilidade quando uma morte drástica acontece e destacou que o machismo mata todos os dias estas mulheres.
Adriana Vieira, do Centro Feminista, participou da audiência e explicou: “a extensão e a intensidade da violência, nós já conhecemos. O que nós temos que fazer é construir alternativas de prevenção da violência através de uma educação não sexista, da auto-organização das mulheres e de como rever os papeis sociais de homens e mulheres na sociedade. A violência acontece porque vivemos neste sistema patriarcal e machista”.