As vozes das mulheres do campo e da cidade em Mossoró, Currais Novos e Caraúbas ecoaram nas ruas pelo 8 de março reafirmando que a mulherada está atenta a todas as ameaças da conjuntura de crise política e econômica e o avanço do conservadorismo para dizer: nenhum direito a menos!
No dia 8 em Mossoró, a partir das 7h, com o tema: “Nenhum direito a menos, as mulheres na luta contra o retrocesso”, 300 militantes da Marcha Mundial das Mulheres, do campo e da cidade, se concentraram na Praça do Pax e, de lá, marcharam pelas ruas com bandeiras, palavras de ordem, batucada e cartazes. A Marcha deste ano, unificada com a Frente Brasil Popular, reafirmou o compromisso das mulheres na defesa pela democracia, pelo Fora Cunha, o presidente da Câmara mais retrograda dos últimos tempos, e por direitos sociais para a toda a população, em especial, pelas políticas públicas para as mulheres. Ao longo do percurso, as mulheres denunciaram a violência e a educação sexista e reivindicaram o direito aos próprios corpos, pela legalização do aborto, a vivência da sexualidade e participação política.
No mesmo dia e horário, 200 mulheres do território do Seridó se reuniram em frente ao Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais de Currais Novos: “Mulheres em marcha pela garantia dos seus direitos”. A marcha seguiu pelas ruas da cidade até o INSS onde teve a primeira parada pela garantia da seguridade social, mostrando que as mulheres não vão aceitar qualquer reforma previdenciária que prejudique a classe trabalhadora e pela permanência da seguridade de 55 anos para as mulheres e, depois seguiu até o BNB, onde gritaram pela garantia ao crédito para que as mulheres rurais possam produzir agroeocologicamente e construir sua autonomia financeira. Com pautas também pelo fim da violência contra as mulheres, e contra a mercantilização de seus corpos, as militantes finalizaram o ato com a chegada à Praça Cristo Rei. Rayssa Aline, militante da Marcha Mundial das Mulheres, fala da importância desse movimento na rua região: “Mulheres do Seridó são mais fortes quando lutam juntas. Que o 8 de março seja a primeira das muitas agendas que construiremos este ano para fazer uma região, um estado, um país melhor para todas e todos!”.
E ainda no sábado, 12, cerca de 150 mulheres de mais de 13 comunidades rurais de Caraúbas marcharam pelas ruas da cidade mostrando a força do 8 de março como dia de luta. Tia Ilma, como é conhecida, afirma que: “Falamos da necessidade do transporte escolar, pra não esmorecer diante da conjuntura política, reivindicamos que não deixem de olhar para a zona rural. Queremos crédito, convivência com o semiárido e mais projetos para desenvolvermos”.
Assim, as mulheres não arredam o pé da luta. Pisando ligeiro, mostram que estão organizadas e dispostas contra as ameaças de retrocesso do país e de seus direitos.