Na zona rural do município de Mossoró as famílias de um Projeto de Assentamento encontraram uma alternativa inspiradora para uma dificuldade que vinham enfrentando na execução da contrapartida do Projeto Uma Terra e Duas Águas, P1+2.
O Centro Feminista 8 de Março executa o P1+2, em parceria com a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e a Associação Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC), e o financiamento da Fundação Banco do Brasil (FBB) e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), construindo tecnologias sociais de convivência com o semiárido.
O projeto prevê que as famílias ofereçam uma contrapartida para a execução da obra, que seria a disponibilização de pessoal para apoio à equipe que constrói a tecnologia (serventes de pedreiros). Na comunidade “Cabelo de Nêgo”, diante das dificuldades financeiras, algumas famílias até pensaram em desistir do projeto por não terem condições de contratar os serventes, mas a partir de reuniões com a comunidade, as famílias se auto-organizaram e estão realizando mutirões para a realização das atividades. Uma iniciativa que pode servir de inspiração para outras localidades onde o projeto é desenvolvido.
“As famílias se reuniram e uns estão ajudando os outros a construir a sua tecnologia. Uma atitude muito bonita da comunidade. Todas as famílias, as que realmente tiveram interesse no projeto aqui na comunidade de “Cabelo de Nêgo” estão sendo beneficiadas”, explica Jucileide Rodrigues, da equipe técnica do P1+2.
“É um incentivo pra gente se unir, porque assentamento tem que ter mais união. É que nem formiga, né? A formiguinha vai trabalhando, vai se ajudando e a produtividade vai aumentando”, comenta Vladimir Tavares, morador da comunidade.
Maria Adeliana, que também é moradora da comunidade conta que o trabalho em mutirão aproxima as pessoas e é também um momento de descontração: “É divertido, né? A gente leva o trabalho com brincadeira e seriedade também, mas que é muito importante essa união porque um ajudando o outro as coisas vão melhor, né?”.