Do dia 31 de maio até o dia 3 de junho ocorrerá em Belo Horizonte, MG, o IV Encontro Nacional de Agroecologia. Cerca de 2 mil agricultoras e agricultores, indígenas, quilombolas, estudantes, pesquisadoras e pesquisadores, militantes de diversos movimentos sociais do campo e da cidade de todo o país se reunião para debater: “Agroecologia e Democracia unindo o campo e a cidade”. Além de estar na coordenação da delegação do Rio Grande do Norte rumo ao IV ENA, o Centro Feminista comporá a comissão da instalação pedagógica da Chapada do Apodi na tenda dos territórios, a plenária de mulheres do ENA e o Seminário Temático Águas e Agroecologia.
O Centro Feminista e a Marcha Mundial das Mulheres esteve em todo o processo de mobilização e organização estadual rumo ao encontro nacional. A delegação contará com 45 potiguares que participarão de diversos espaços de debates e trocas de saberes espalhados na programação do IV ENA.
Com o objetivo de fortalecer a auto organização de mulheres, o Centro Feminista compõe a organização da plenária das mulheres do ENA, na quinta, 31, para dizer que “Sem feminismo não há agroecologia”. A plenária deve contar com mais de 1 mil mulheres para discutir as disputas nos territórios, o enfrentamento à violência e defesa da democracia. Conceição Dantas, do Centro Feminista e Marcha Mundial das Mulheres, explica que: “A plenária de mulheres do ENA é um espaço de auto organização e de construção de agenda feminista das mulheres que constroem agroecologia como modelo de uma sociedade igual. A gente se fortalece juntas e juntas somos protagonistas de nossas vidas, da agroecologia e na defesa da democracia”.
O Rio Grande do Norte apresentará a diversidade de lutas e alternativas construídas. É com este objetivo que dentro das tendas dos territórios que ocorrerá na sexta,01, o RN apresentará as experiências agroecológicas e o processo de resistência contra o agronegócio na Chapada do Apodi. Além de recuperar a história de luta da região, Rejane Medeiros, do Centro Feminista destaca a forte atuação das mulheres na defesa do seu território a partir das ações locais, nacionais e internacionais da Marcha Mundial de Mulheres.
Outro momento importante do IV ENA será o Seminário Temático Águas e Agroecologia: o papel da agroecologia na defesa das águas como bem comum. Na mesa “Águas cercadas, privatizadas e contaminadas: um panorama inicial dos conflitos por água no Brasil e nosso processo de diálogos e convergências”, Itacíria Medeiros, agricultora de Monte Alegre, Upanema/RN, falará das políticas de convivência com o semiárido na transformação da vida das mulheres e comunidades rurais a partir da experiência do Água Viva, tecnologia de reuso de água construída pelo Centro Feminista 8 de Março em parceria com a UFERSA e co-financiada pela União Europeia.
Compondo a coordenação do seminário, Rejane Medeiros fala da importância desta discussão “para animar a participação para que possam vir à tona outros casos e territórios em que a questão dos conflitos e resistências em torno das águas seja central, em que se possa já também ir levantando elementos que atravessam os casos e nos explicam sobre qual o papel da agroecologia na defesa das águas como bem comum”. O seminário levantará elementos centrais para elaboração da carta final do ENA.
Na programação do IV ENA também haverá a feira de saberes e sabores com os produtos agroecológicos, artesanatos, e troca de sementes das produtoras e produtores do estado. O encontro terminará no domingo, 3, com uma grande partilha de alimentos livres vindos de todo o país para celebrar a diversidade e força da agroecologia unindo campo e cidade na defesa dos comuns, dos direitos e da democracia.