Na quinta, 9 e, sexta, 10, em visita de monitoramento do Projeto “Mulheres redesenhando a vida, transformando o semiárido”, executado pelo Centro Feminista e co-financiado pela União Europeia, Cristina Araújo, Gestora Operacional, fez o reconhecimento das ações realizadas, encontrou com beneficiárias e parcerias, movimentos e organizações, monitorou e encaminhou sugestões para melhor alcance dos resultados previstos. O projeto tem período de execução de 2017 a 2020.
Na reunião com a equipe do Centro Feminista, foram vistas as ações e alguns resultados da execução e apresentado o novo programa de acompanhamento do projeto. Em seguida, uma animadora reunião com o reitor, professores e técnicos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Na ocasião, foi reafirmado o compromisso de parceria institucional entre o Centro Feminista e a UERN, com possibilidade de proporcionar espaço de diálogo sobre o tema das mulheres e relações de gênero, semiárido e reuso de água visando a vivência de sustentabilidade na universidade e nas áreas de atuação do Centro. Ainda na reunião da reitoria, Ana Cristina socializou sobre o Programa Erasmus, de cooperação da União Europeia com as universidades da América Latina, e falou da importância de garantir a participação das universidades das regiões norte e nordeste no Programa. Ao que Alexandre, professor de Gestão Ambiental, afirma: “nossa região é muito forte na questão ambiental e movimentos sociais. É importante fazer os links para fortalecer mutuamente a atuação territorial das ONGs, a universidade e a União Europeia.”
Após a reunião com a UERN, uma visita à Agrovila Palmares, em Apodi. Lá, as beneficiárias contaram a história do local, da organização de agricultores e agricultoras e do grupo de mulheres. Ivonilda Sousa, mais conhecida como Nova, explica a importância do projeto: “a gente aprendeu a dividir o quintal. Plantar e criar ao mesmo tempo. Tudo sem agrotóxico. E o cultivo do milho crioulo trouxe mais vontade de a gente produzir comida de verdade. E com os vídeos e as fotos da nossa produção, tem gente até de São Paulo pedindo cuscuz da gente”.
Além de potencializar, o projeto também possibilita visibilizar a produção agroecológica das mulheres. Antônia Noronha, mais conhecida como Branca, conta: “Meu marido dizia que eu trabalhava demais nesse quintal e num dava em nada. Depois que comecei a anotar na caderneta, mostrei pra ele que tem mês que só do que a gente consome e o pouco que vendo, dá mais de mil reais, fruto do meu trabalho”.
Na sexta, a partir das 8h, a visita na feira da Rede Xique Xique rendeu um bom papo sobre agroecologia, feminismo e economia solidária, desfrutando os sabores do semiárido. Logo após, uma conversa com diversos representantes de organizações parceiras mostrando como se dá o trabalho de articulação no território. Por fim, ultimas recomendações e a certeza de que muitos bons frutos ainda serão colhidos pelo projeto.
O “Mulheres redesenhando a vida, transformando o semiárido”, visa contribuir com a integração social e econômica das mulheres nos territórios. Atua em dois estados: no RN e CE, e ainda, em ação nacional através da articulação com movimentos sociais e organizações da sociedade civil. Diversas atividades já foram realizadas pelo projeto: seminários, encontros, capacitação, formação, planejamento estratégico das organizações. O projeto que teve início em 2017, ainda durará pelos próximos dois anos e meio, com uma outra quantidade de ações ainda está previstas, como desenvolvimento de tecnologias sociais de reuso de água, captação da água de chuva, assessoria técnica, melhoramento das atividades produtivas e visibilidade das atividades das mulheres através da ação da comunicação.