Acontece hoje (30), às 14 horas, no Centro Feminista 8 de Março (CF8), escritório de Natal, a plenária da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) da capital potiguar para debater e avaliar a participação da caravana de 600 mulheres de área rural e urbana do estado que ocupou as ruas de Brasília (DF) no último dia 14 de agosto, na sexta edição da Marcha das Margaridas. Reconhecida como a maior ação de mulheres da América Latina, o encontro reuniu 100 mil mulheres do campo, das águas, da cidade e da floresta.
Com o lema Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça e livre de violência, neste ano a Marcha teve, além de seu caráter reivindicatório, tom de denúncia, pois se vivencia no país um governo antidemocrático que não dialoga com a sociedade civil e promove uma constante retirada de direitos de mulheres, negros e negras, camponeses e camponesas, quilombolas, indígenas, LGBTs e pobres.
Tendo como pano de fundo esse cenário, Maria Dantas, militante da MMM/Natal e participante da Marcha das Margaridas pela terceira vez, afirma que “a luta tem que aumentar agora” e que “aos poucos vai-se conquistando tudo aquilo que a gente precisa”. Ela acrescenta que isso é possível pois a luta é travada por mulheres “trabalhadoras, decididas e fortes”.
Os valores defendidos pela Marcha das Margaridas – soberania popular, democracia, justiça, igualdade e não violência – expressam e reafirmam a necessidade da participação popular – em especial das mulheres – nas decisões do país, assim como reforçam a urgência em restabelecer o pacto democrático no Brasil, sistema político enfraquecido com o Golpe Parlamentar de 2016 que destituiu Dilma Rousseff da presidência da república.
Após ocuparem as ruas da capital federal, as margaridas do RN discutem na tarde de hoje os resultados e encaminhamentos pós-Marcha das Margaridas, pautas relacionadas à organização, estrutura e atividades de formação voltadas para o encontro realizado neste mês, bem como o processo preparatório para a V Ação Internacional da MMM.
Marcha das Margaridas
Realizada desde o ano 2000, sempre em Brasília, a manifestação tem como inspiração a sindicalista rural e defensora dos direitos humanos Margarida Maria Alves, assassinada há 35 anos a mando de latifundiários na Paraíba. Após sua morte, tornou-se símbolo de luta e resistência das mulheres camponesas por terra, igualdade e justiça.
Serviço
O quê: Plenária da Marcha Mundial das Mulheres de Natal pós-Marcha das Margaridas 2019
Onde: Centro Feminista 8 de Março, rua Amaro Mesquita, 46, Lagoa Nova, próximo ao Midway
Horário: 14 horas