Nesta última quinta, sexta e sábado, o curso de capacitação de Gestão da Água para Produção de Alimentos, GAPA, para beneficiários da segunda água, do programa P1+2 da Articulação do Semiárido, ASA, executado pelo Centro Feminista contou com a participação de quase 100 agricultores e agricultoras na cidade de Tabuleiro Grande.
Esta edição do GAPA foi chamada de GAPÃO devido ao número de participantes envolvidos e, além dos debates sobre a forma de utilização da água no dia a dia, as maneiras de gerir e economizá-la na produção, trouxe como pauta importante a questão do Perímetro Irrigado da Chapada do Apodi, projeto do DNOCS que prevê entregar as terras e a água da parte potiguar da Chapada para empresas do agronegócio, expulsando mais de 600 famílias que fazem agricultura familiar e agroecológica da região.
Júnior, da CPT, facilitando o debate sobre os modelos de produção em disputa (agroecologia e agronegócio), coloca o risco de contaminação da terra, água e comida que vem com o projeto de perímetro irrigado, a importância a guardar as sementes, cuidar do meio ambiente e a convivência sadia com o semiárido. Depois de assistir ao vídeo ¨Apodi Morte e Vida¨, que aborda o perímetro, a discussão foi bastante participativa e ficou clara a diferença entre o interesse do lucro pelos grandes projetos e o interesse da vida pela agricultura familiar.
No momento em que Júnior explicava a situação de Apodi,o agricultor Francisco Dasmaco comentava com os outros participantes do GAPA: “preste atenção porque isso é muito importante. A gente tem que valorizar o que a gente faz e não achar que essas empresas grandes é que sabem fazer as coisas. Podem até saber mas, com veneno, não adianta. Faz é mal pra gente. Apodi tá certo de não querer esse projeto!”