Reúso de água, produção agroecológica e economia solidária: Tatiana Muniz do mar para o quintal

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Tatiana Muniz, de Tibau, RN, sempre se dedicou às atividades da pesca. Mas as poucas chuvas dos últimos anos fizeram com que o mar não estivesse muito pra peixe: “se tá difícil pescar, não tem problema. A gente pode fazer outras coisas também pra completar a renda”. Com essa disposição, Tatiana passou a, também, criar animais e produzir alimentos agroecológicos no quintal de sua casa. Nisto, o reuso de água e a assessoria do Centro Feminista tem contribuído bastante. E assim se dá a convivência com o semiárido.

O Sistema Água Viva de reuso de água, projeto de iniciativa do Centro Feminista junto às mulheres de Upanema, Monte Alegre, RN, co-financiado pela União Europeia, recebeu, em 2015, o prêmio Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil e, com isso, a experiência de reúso pôde ser replicada em outros locais de atuação da instituição.

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Em 2017, após o trabalho de melhoramento da tecnologia, em que as próprias mulheres readequaram dimensões, materiais e formas de construção do filtro, Tatiana construiu seu filtro e, desde então, vive do mar para o quintal produzindo de forma agroecológica para seu consumo e da família composta por marido, filha e duas netas, e comercializando os excedentes de produção na Rede Xique Xique de Economia Solidária: “só da parte da agricultura a gente garante em torno de um salário. Tem mês que dá até mais, isso fora o que a gente come”, explica Tatiana.

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Utilizando o filtro de reuso de água, Tatiana consegue aguar as plantas frutíferas e produzir para alimentação dos animais. Ela mostra o seu quintal com orgulho e diz que “eu não sabia nada da agricultura e hoje eu entendo de agricultura que nem eu entendo da pesca e olhe que pesco a muito tempo. Mas o bom é isso de aprender mais coisas, ter mais formas de viver sempre respeitando a natureza. Trabalhar no mar é bom porque acalma mas a jurema também acalma as suas índias da mata. No mar ou no quintal, o importante é seguir na luta”.

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O trabalho de Tatiana no quintal e no mar se estende através da auto organização no grupo de mulheres de Tibau que também é assessorado pelo Centro Feminista através do projeto Redesenhando a vida, transformando o Semiárido, co-financiado pela União Europeia, contribuindo para fortalecer atuação das mulheres na comunidade, nos movimentos sociais e na luta contra a perda de direitos.

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