O Centro Feminista 8 de Março retoma suas atividades ciente dos desafios que 2019 impõe com o fim do ministérios do trabalho, da cultura, a demarcação de terras indígenas nas mãos do ministério da agricultura, mais do que nunca, de mãos dadas com o agronegócio, o fim do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutrição (CONSEA), e tantas ações de retirada de direitos da classe trabalhadora e de subserviência ao capital estrangeiro, minando a soberania nacional.
Nosso trabalho de auto organização, formação e autonomia financeira das mulheres, perpassa pela luta por um Semiárido vivo e pela agroecologia, com uma lógica de produção sem exploração do meio ambiente e da vida das pessoas. Por isso, afirmamos a importância do CONSEA como ferramenta de controle social e de construção de propostas de políticas públicas tais como de acesso à água, de fomento à agricultura familiar e economia solidária. A extinção do CONSEA afeta diretamente a segurança alimentar e nutricional, condenando, sobretudo, as populações do Semiárido, da Região Norte e das periferias das médias e grandes cidades, à fome, à miséria e à morte.
Entre preocupações, temos também a reforma trabalhista que já vem aprofundando a pobreza e a desigualdade, especialmente entre as mulheres, e a Reforma da Previdência que irá reduzir a renda e impedir a aposentadoria dos mais pobres.
Nisto tudo, a certeza de que a auto organização sempre foi e seguirá sendo a arma mais potente de resistência e de criatividade das mulheres para superar as crises e retrocessos. Além do 8 de março, 2019 é ano de Marcha das Margaridas e de muitas ações que as mulheres protagonizarão em busca de uma vida sem violência, com liberdade, igualdade e autonomia. De mãos dadas seguiremos em Marcha pela vida das mulheres, pela economia solidária, pelo semiárido e pela agroecologia.